Capítulo 4 - Movido por um Sentimento
Cerca de duas semanas após o encontro com o pequeno Coguro (como chamaram o cogumelo que acharam em frente a sua casa) Mira resolver sair sozinha na floresta, em busca de madeira para o inverno e algo para acrescentar ao seu estoque de comida. Mesmo demorando, já havia começado a nevar, então Danlac achou normal ela se atrasar. Depois de duas horas, Danlac espia pela janela, o chão já estava completamente branco, a nevasca já estava bastante grossa, então Danlac resolve pegar um cobertor para Coguro. Alguns minutos olhando pela janela, esperando a chegada de sua irmã, Danlac se anima, ele vê uma breve movimentação em meio o arbusto, ele pensa ser sua irmã, mas, pela primeira vez, ele vê alguma pessoa além de sua irmã. Era uma garota jovem, de cerca de vinte anos, vestindo uma armadura dourada. Logo atrás, vinha um homem alto, parecia ter uns quarenta e cinco anos, vestindo uma armadura prateada. Logo, eles avistam a pequena casa de madeira, com o telhado coberto de neve. Danlac se afasta da janela rápido, puxando o pobre Coguro com força para trás. O grande homem bate na porta, com medo, Danlac abre uma pequena brecha na porta, e pergunta quem seriam aquelas pessoas. Logo, eles se apresentam:
-Olá, jovem garoto. Me chamo George, sou o General Branco, do Exército Real. Estamos fazendo rondas por todo o reino, com mais dez mil soldado espalhados pelo continente de Chriscia. Poderia nos deixar entrar? Sua casa é um tanto longe dos vilarejos.
-Bem, vou deixá-los entrar, mas saiba, eu sei usar uma espada! Fala Danlac, com medo, mas ele sentia que poderia confiar nessas pessoas.
-Prazer garoto, sou Wendy, sou a mestra de todo o exército real, e junto com o general branco e outros quatro soldados de elite formamos a guarda Especializada Real.
-Certo, certo - Interrompe Danlac com um tom curioso -Mas, afinal, como chegaram aqui?
Como vocês disseram, aqui é muito longe dos vilarejos, e eu nunca vi outra pessoa por aqui.
-Bem - Responde George -Estávamos seguindo uma trilha pelo bosque, até que começou a nevar e ficamos perdidos. Felizmente chegamos antes que ficasse impossível de passar por toda essa nevasca.
-Mas garoto, como você consegue sobreviver aqui sozinho? Pergunta Wendy com um tom de curiosidade.
-Eu não moro sozinho, eu tenho o Coguro, é esse cogumelo ali em baixo, e também com minha irmã.
Os dois se assustam, eles sabiam o que era aquele cogumelo, e era justamente sobre isso que saíram pelo reino e contatando a todos.
-Esse cogumelo, mate-o agora!
-Não, não vou fazer isso. Ele é meu amigo!
-Não entende? Esses animais foram enfeitiçados, possuídos por um demônio maligno, as criaturas foram corrompidas e transformadas em monstros. Todas elas, os únicos que ainda conseguiram se proteger dessa maldição fomos nós, os humanos. Não há como andar por um bosque sem ser atacado por uma dessas! - George fica nervoso, lembrando dos tempos que havia lutado na guerra santa, onde diversos homens de sua guarda morreram.
-Eu cresci nesse bosque, nunca fui atacado. Sempre brinquei com os pássaros e com os lobos. Esse pequeno cogumelo estava com medo e com fome, eu cuidei dele e agora somos amigos!
-Espera um pouco. Desde que entramos na floresta, vimos alguns macacos e até lobos perto de uma cachoeira. Nenhum deles parecia corrompido. E nem fomos atacados quando começamos a seguir a trilha.
-Eu preciso dizer que já vi algumas criaturas... Eram uma poça de gosma brilhante, mas não pareciam animais, eles eram agressivos, e ficavam em volta de uma gruta, há cerca de um quilômetro ao leste daqui.
-Um quilômetro ao leste? Essa não seria a gruta da feiticeira?
-Sim, realmente.
George abre o mapa em cima da mesa, e mostra que ali havia uma caverna, onde vivia uma bruxa com poderes incompreensíveis.
-Mas garoto, você disse que tinha uma irmã. Onde ela está agora?
-Ela saiu a cerca de duas horas em busca de lenha e de suprimentos para o inverno.
-Duas horas? Por aqui tem muitas árvores, e também muitos frutos, não demoraria tudo isso. Responde Wendy intrigada.
-Pra onde ela foi, garoto? Pergunta George.
-Também para o leste.
-Então também vamos pra lá!
-Sim, vamos! Se anima Danlac.
-Não, você não vai! Responde Wendy.
-Mas ela é minha irmã! Eu não vou deixar minha irmã sozinha em uma floresta cheia de monstros.
-Mas você ainda é jovem, fique caso ela volte.
-Não! Eu vou com vocês. Nada vai me fazer mudar de ideia.
-Droga, você é bem teimoso. Mas já que nada vai te fazer mudar de ideia, então vamos!
-Wendy! - Responde George - Ele é um garoto. Vai morrer assim que sairmos. Além do frio que está fazendo lá fora.
-Eu sei o que ele está sentindo, George. Não vou impedir de resgatar a pessoa que ele mais ama.
Garoto, você disse que sabe usar espadas, você tem alguma com você?
-Sim, minha irmã disse que foi uma lembrança do nosso pai. Ele também lutou na guerra santa, e nos deixou de presente. Além de um escudo e um elmo de couro que ela fez pra mim.
-Certo, então pegue tudo isso e vamos. Não temos tempo a perder, além do que a nevasca está diminuindo.
Assim, Danlac sai junto com George e Wendy em busca de sua irmã. O garoto, apesar de jovem, é bem destemido. Tudo por conta do amor que ele sente por sua irmã, que o move contra qualquer perigo.
Gostei de mais. recomendo continuar a escrever, tem imenso potencial. publique no nyah ou spirit como original. Sério, muito bom essa historia! Continue amigo
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